Dica para concursos: A lógica dos acentos gráficos
A maioria dos vocábulos da nossa língua (em torno de 80%) não apresenta acento gráfico. O objetivo dos acentos é indicar uma pronúncia inesperada.
A base é muito simples: “só assinalar o inesperado; deixar sem marca o que é previsível”.
Vejamos alguns exemplos para entender a lógica das regras de acentuação gráfica:
1) A maior parte das nossas palavras são paroxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)”, “em(ens)”.Em razão disso, não precisam de acento gráfico: barata(s), bola(s), serpente(s), dente(s), sapato(s), bolo(s), jovem(ens), nuvem(ens)...
É por isso que devemos acentuar graficamente as palavras paroxítonas que tenham terminação “estranha” (ã, ao, i, is, us, r, x, n, l, um, ps..): órfã, órgão, táxi, lápis, vírus, revólver, ônix, pólen, túnel, álbum, bíceps...
A regra para acentuar oxítonas, cujo número de vocábulos é menor que o de paroxítonas, é determinada pela regra das paroxítonas. Entenda melhor no esquema:
a) terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)”, “em(ens)” = OXÍTONAS (com acento) – PAROXÍTONAS (sem acento);
b) demais terminações = OXÍTONAS (sem acento) – PAROXÍTONAS (com acento).
É por isso que coco e item não têm acento gráfico. São palavras paroxítonas terminadas em “o” e “em”, ou seja, é a posição esperada da sílaba tônica. É a pronúncia da maioria das palavras paroxítonas terminadas em “o” e “em”: bolo, ovo, jogo, pato, jovem, ordem, nuvem ...
Caso a pronúncia seja inesperada (=oxítona), devemos indicar isso com acento gráfico: avô, paletó, cocô, após, refém, porém, armazém, parabéns...
2) Como a maioria das palavras da língua portuguesa é paroxítona, todas as proparoxítonas (= pronúncia inesperada) devem receber acento gráfico: amássemos, prático, cágado, ínterim... Também incluímos aqui as paroxítonas terminadas em ditongo crescente (=ia, io, ie, eo, oa, ua, ue ..): secretária, sério, maquinário, cárie, róseo, mágoa, água, tênue, bilíngüe ...
3) Também merecem acento gráfico alguns encontros vocálicos (ditongo e hiato): os ditongos abertos “éi” (idéia, pastéis), “eu” (céu, chapéu) e “oi” (constrói, heróico), porque na maioria dos vocábulos esses ditongos são fechados (areia, meio, meu, teu, seu, boi, arroio ...); os raríssimos hiatos “êe” e “ôo” (crêem, dêem, lêem, vêem, vôo, perdôo, enjôos ...); e os hiatos em que as vogais “i” e “u” ficam sozinhas ou com “s” na sílaba (saí, país, Icaraí, baú, saúde, Grajaú ...).
Autor: Professor Sérgio Nogueira
Fonte: Jornal Extra
A base é muito simples: “só assinalar o inesperado; deixar sem marca o que é previsível”.
Vejamos alguns exemplos para entender a lógica das regras de acentuação gráfica:
1) A maior parte das nossas palavras são paroxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)”, “em(ens)”.Em razão disso, não precisam de acento gráfico: barata(s), bola(s), serpente(s), dente(s), sapato(s), bolo(s), jovem(ens), nuvem(ens)...
É por isso que devemos acentuar graficamente as palavras paroxítonas que tenham terminação “estranha” (ã, ao, i, is, us, r, x, n, l, um, ps..): órfã, órgão, táxi, lápis, vírus, revólver, ônix, pólen, túnel, álbum, bíceps...
A regra para acentuar oxítonas, cujo número de vocábulos é menor que o de paroxítonas, é determinada pela regra das paroxítonas. Entenda melhor no esquema:
a) terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)”, “em(ens)” = OXÍTONAS (com acento) – PAROXÍTONAS (sem acento);
b) demais terminações = OXÍTONAS (sem acento) – PAROXÍTONAS (com acento).
É por isso que coco e item não têm acento gráfico. São palavras paroxítonas terminadas em “o” e “em”, ou seja, é a posição esperada da sílaba tônica. É a pronúncia da maioria das palavras paroxítonas terminadas em “o” e “em”: bolo, ovo, jogo, pato, jovem, ordem, nuvem ...
Caso a pronúncia seja inesperada (=oxítona), devemos indicar isso com acento gráfico: avô, paletó, cocô, após, refém, porém, armazém, parabéns...
2) Como a maioria das palavras da língua portuguesa é paroxítona, todas as proparoxítonas (= pronúncia inesperada) devem receber acento gráfico: amássemos, prático, cágado, ínterim... Também incluímos aqui as paroxítonas terminadas em ditongo crescente (=ia, io, ie, eo, oa, ua, ue ..): secretária, sério, maquinário, cárie, róseo, mágoa, água, tênue, bilíngüe ...
3) Também merecem acento gráfico alguns encontros vocálicos (ditongo e hiato): os ditongos abertos “éi” (idéia, pastéis), “eu” (céu, chapéu) e “oi” (constrói, heróico), porque na maioria dos vocábulos esses ditongos são fechados (areia, meio, meu, teu, seu, boi, arroio ...); os raríssimos hiatos “êe” e “ôo” (crêem, dêem, lêem, vêem, vôo, perdôo, enjôos ...); e os hiatos em que as vogais “i” e “u” ficam sozinhas ou com “s” na sílaba (saí, país, Icaraí, baú, saúde, Grajaú ...).
Autor: Professor Sérgio Nogueira
Fonte: Jornal Extra
Obtido em 27 de janeiro de 2009, postado em 13 de setembro de 2021.