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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

ESTUDOS - Dica para concursos: A lógica dos acentos gráficos (2009 - 2021)

Dica para concursos: A lógica dos acentos gráficos


A maioria dos vocábulos da nossa língua (em torno de 80%) não apresenta acento gráfico. O objetivo dos acentos é indicar uma pronúncia inesperada.

A base é muito simples: “só assinalar o inesperado; deixar sem marca o que é previsível”.

Vejamos alguns exemplos para entender a lógica das regras de acentuação gráfica:

1) A maior parte das nossas palavras são paroxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)”, “em(ens)”.Em razão disso, não precisam de acento gráfico: barata(s), bola(s), serpente(s), dente(s), sapato(s), bolo(s), jovem(ens), nuvem(ens)...

É por isso que devemos acentuar graficamente as palavras paroxítonas que tenham terminação “estranha” (ã, ao, i, is, us, r, x, n, l, um, ps..): órfã, órgão, táxi, lápis, vírus, revólver, ônix, pólen, túnel, álbum, bíceps...

A regra para acentuar oxítonas, cujo número de vocábulos é menor que o de paroxítonas, é determinada pela regra das paroxítonas. Entenda melhor no esquema:

a) terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)”, “em(ens)” = OXÍTONAS (com acento) – PAROXÍTONAS (sem acento);

b) demais terminações = OXÍTONAS (sem acento) – PAROXÍTONAS (com acento).

É por isso que coco e item não têm acento gráfico. São palavras paroxítonas terminadas em “o” e “em”, ou seja, é a posição esperada da sílaba tônica. É a pronúncia da maioria das palavras paroxítonas terminadas em “o” e “em”: bolo, ovo, jogo, pato, jovem, ordem, nuvem ...

Caso a pronúncia seja inesperada (=oxítona), devemos indicar isso com acento gráfico: avô, paletó, cocô, após, refém, porém, armazém, parabéns...

2) Como a maioria das palavras da língua portuguesa é paroxítona, todas as proparoxítonas (= pronúncia inesperada) devem receber acento gráfico: amássemos, prático, cágado, ínterim... Também incluímos aqui as paroxítonas terminadas em ditongo crescente (=ia, io, ie, eo, oa, ua, ue ..): secretária, sério, maquinário, cárie, róseo, mágoa, água, tênue, bilíngüe ...

3) Também merecem acento gráfico alguns encontros vocálicos (ditongo e hiato): os ditongos abertos “éi” (idéia, pastéis), “eu” (céu, chapéu) e “oi” (constrói, heróico), porque na maioria dos vocábulos esses ditongos são fechados (areia, meio, meu, teu, seu, boi, arroio ...); os raríssimos hiatos “êe” e “ôo” (crêem, dêem, lêem, vêem, vôo, perdôo, enjôos ...); e os hiatos em que as vogais “i” e “u” ficam sozinhas ou com “s” na sílaba (saí, país, Icaraí, baú, saúde, Grajaú ...).

Autor: Professor Sérgio Nogueira
Fonte: Jornal Extra


Obtido em 27 de janeiro de 2009, postado em 13 de setembro de 2021.

PORTUGUÊS - O uso do pronome relativo cujo (2009 - 2021)

O uso do pronome relativo cujo


O pronome cujo é usado quando existe relação de posse entre os termos. Não vamos entrar em questões filosóficas (ninguém é de ninguém; o ser humano não tem dono). Se digo: O filhinho da mamãe, há, para efeitos didáticos, uma relação de posse.
Nunca se põe artigo antes de cujo; também é vedado o uso de artigo depois desse pronome. Jamais se poderá dizer: a mamãe cujo o filhinho.

É comum referir-se, pejorativamente, a alguém como cujo: Encontrei o cujo hoje. Somente em linguagem informal se poderá usar o pronome dessa maneira. Há duas impropriedades aí: cujo não indica posse além de vir precedido de artigo.

Guimarães Rosa (por meio de seu personagem Riobaldo) em Grande Sertão: Veredas, usa vários nomes para o diabo: O CUJO, o Oculto, o Tal, o Que-Diga, o Não-sei-que-Diga, o Que-não-Fala, o Que-não-Ri, o Que-nunca-se-Ri, o Sem-Gracejos, o Tristonho, o Muito-Sério, o Sempre-Sério, o Austero, o Severo-Mor, o Galhardo, o Romãozinho - um diabo-menino, o Rapaz, o Homem, o Indivíduo, Dião, Dianho, Diogo, o Pai-da-Mentira, o Pai-do-Mal, o Maligno, o Coisa-Ruim, o Tendeiro, o Mafarro, o Manfarri, o Canho, o Coxo, o Capeta, o Capiroto, o Das-trevas, o Tisnado, o Pé-Preto, o Pé-de-Pato, o Bode-Preto, o Cão, o Morcego, o Gramulhão, o Xu, o Temba, o Dubá-Dubá, o Azarape, o Dê, o Dado, o Danado, o Danador, o Arrenegado, o Dia, o Diacho, o Diabo, o Rei-Diabo, o Demo, o Demônio, o Drão, o Demonião, Barzabu, Lúcifer, Satanás, Satanazim, Satanão, Sujo (…), o Dos-Fins, o Solto-Eu, o Outro, o Ele.

O pronome relativo cujo vem entre dois nomes e significa do qual.
Veja como usá-lo.

Se digo: o apartamento do artista, existe uma relação de posse. O dono é o artista, o objeto posuído é o apartamento.

Então: O artista cujo apartamento (o artista do qual o apartamento).
Cujo concorda sempre em gênero e número com o objeto possuído.

O artista cuja obra.
O artista cujos apartamentos
O artista cujas obras.

Veja outros exemplos:

O trabalhador cujo salário está abaixo do que merece vive com dificuldade.
O policial cuja conduta é ilibada recebeu prêmio.
O supermercado cujos produtos estão em promoção fica próximo da ponte.
O juiz cujas sentenças são sábias dorme tranqüilo.

Experimente:
O carro do papai
A sala da casa
Os problemas do computador
As pedras do caminho

Ficará assim:
O carro do papai – Papai cujo carro
A sala da casa – A casa cuja sala
Os problemas do computador – O computador cujos problemas
As pedras do caminho – O caminho cujas pedras

O pronome relativo cujo será antecedido de preposição quando o verbo da oração em que ele se insere assim o exigir.

Veja:

Obedecer, assistir, agradar, aspirar - exigem a preposição A
Acreditar, crer, confiar, pensar, morar – exigem a preposição EM
Discordar, duvidar, desconfiar, gostar, depender – exigem a preposição DE
Contribuir – exige preposição PARA (*)
Ansiar – exige preposição POR
Simpatizar, antipatizar, concordar, deparar - exigem preposição COM

Portanto:
A associação a cujos preceitos obedecemos fica na Avenida Paulista.
O filme, a cujo começo não assistimos, saiu de cartaz.
Marilene, a cujo namorado o perfume não agradou, resolveu mudar a fragrância.
O ministério a cujo cargo aspiramos está em polvorosa.
O funcionário em cujas palavras não acreditei está de partida.
A enfermeira em cuja habilidade confio entrará em férias amanhã.
Você, em cuja capacidade creio, é a pessoa indicada para o cargo.
O hotel em cujo quarto Marion morou no verão passado foi demolido.
O autor em cujas obras infantis penso com muito carinho foi homenageado.
Pedro, em cujo apartamento Élen morou, doutourou-se.
O professor de cujas experiências discordo está lecionando na cidade.
A inflação, de cujos resultados duvidamos, está galopando.
O rapaz de cuja fala tanto desconfiei referia-se ao passeio no parque.
O autor de cujos livros românticos gosto está lançando um livro de suspense.
A casa de cuja escritura você depende fica muito bem localizada.
A instituição de caridade para cujas obras você contribuiu espontaneamente fez bom uso da doação.
O jogo por cujo resultado ansiamos está na iminência de acabar.
O compositor com cujas melodias você simpatiza é bem versátil.
João, com cujos trejeitos antipatizei na festa de formatura, chamou a atenção de todos.
A escola com cujos métodos de ensino concordamos está com as matrículas abertas.
A casa da gerente, com cuja reforma deparei, foi vendida há pouco tempo.


Colaboração de Rick Sardella

Obtido em 27 de janeiro de 2009, postado em 13 de setembro de 2021.

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